domingo, 25 de janeiro de 2009

É o Fórum... e isso dá em alguma coisa? (Parte 1)


Olá Guerreiros!

Creio que esta poderosa ferramenta de comunicação e difusão de idéias que é o jotabloga, não poderia à parte deste tão grandioso e “elefantoso branco” evento! Oh! O que que eu disse? Será que estou renegando a tão falada iniciativa de reunir jovens, velhos, índios, pobres, enfim... uma vuca de gente para falar de suas insatisfações e dos problemas do mundo? Bem... Quase isso!

Mas não sou o único! Abaixo segue alguns trechos do jornal O Liberal, de domingo, dia 25 de janeiro de 2008, caderno atualidades, página 17:

Promover o debate democrático de idéias e formular propostas para a construção de um mundo menos desigual é o objetivo do Fórum Social Mundial, que acontece em Belém, a partir de terça-feira, 27.[...]

O economista João Olinto Tourinho e Silva revela que está apreensivo em função do SM, sobretudo com as discussões sobre o desenvolvimento da região. ‘A maioria dos participantes desse evento quer falar do futuro, falando mal do passado. As pessoas são muito negativas em relação à natureza. Querem aparecer sem ter conteúdo para falar do assunto. Eles encaram o fechamento de uma empresa como o epicentro de um terremoto. É muito fácil fazer terrorismo’ critica.

‘A Amazônia, assim como qualquer outro lugar do mundo, enfrenta problemas ambientas, porém, não podemos encará-los com radicalismo. As pessoas querem que a gente preserve, mas e o desenvolvimento? Muita gente não conhece a realidade da região’.[...] ‘Entretanto, até mesmo em projetos sustentáveis, a natureza sofre um mínimo de impacto’.

‘As pessoas vêm discutir formas alternativas para a economia que não condizem com a realidade. Todo mundo sabe que o socialismo perdeu muito espaço. Apesar do sistema capitalista ser considerado desigual, pois só aquele que quer trabalhar, trabalha, ele distribui muito mais benefícios que o socialismo, que só distribui miséria’, afirma.”

Caramba! É aquela discussão CAPITALISMO X SOCIALISMO? Não acredito! Mas é por aí mesmo coleguinhas. Na própria reportagem, que vem após apresentação “imparcial”do evento, é feito um histórico em que mostra que o Fórum acorreu a 1a vez no ano de 2001, no Rio Grande do Sul e que é concomitante ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça. Nem seguindo por essas terras ideológicas ainda, vejam só como chega a coisa por aqui:

  • A mídia simplesmente decidiu prestar seus serviços menos de um mês antes do evento;

  • Os locais da cidade como Shoppings, Shows, Cinemas, locais de grande concentração de jovens, não funcionaram como pontos de divulgação e sensibilização para a causa, até paredão do big brother é mais popular que o Fórum;

  • Belém está imersa numa onda de violência que se não atrapalhou neutralizou qualquer organização da sociedade;

  • As vias de trânsito e a rede hoteleira mostram-se insuficientes para eventos deste porte e até maiores como os jogos da Copa de 2014, pois apesar de recebermos mais de 2 milhões de pessoas no Círio, a maioria é do interior e têm parentes na capital, nada similar ao que poderá atrair para um jogo de copa do mundo;

  • A cidade em si, não fez frente proativa para receber clientes em potencial, desde o tacacá da esquina até os passeios pela orla e ilhas do entorno de Belém;

Em todos estes fatos, eu enxergo possibilidades para o Design. Possibilidades que otimizariam a cidade e fomentariam o seu consumo. Isso mesmo. Uma cidade que recebe um evento desses tem que vender-se, no bom sentido é claro, se bem que a classe das prostitutas vibra, literalmente e financeiramente, com a chegada de tantos gringos.

Os estabelecimentos de diversas áreas poderiam procurar as universidades, o SEBRAE, assim com essas próprias instituições poderiam oferecer serviços e soluções em Design para promover, melhorar e potencializar ambientes, produtos, serviços, materiais gráficos, sem que para isso os honorários fossem condizentes com aceitável, valeria mais as experiências, a cidade que seria melhor apresentada. Você não recebe uma pessoa arrumando a casa com os artigos mais novos que você tem?

A própria sinalização da cidade poderia ter sido adaptada/otimizada com o desenvolvimento de elementos temáticos, inovadores, tanto na estética quanto nos materiais utilizados.

Outra importante oportunidade perdida pelos estudantes e profissionais de Design, que por sinal é uma falha em todas as instituições parte de um princípio básico: se eu adentro num curso e numa profissão que o próprio nome já é em inglês, presumo que esta língua será de bastante utilidade (de forma que outro idioma é crucial para qualquer profissão e profissional que queria interagir e agir numa economia de mercado e sociedade globalizadas como a nossa).

Não só o inglês, como o espanhol e o francês, serão as línguas correntes no evento, onde todos poderíamos experenciar a troca de informações em outros idiomas. Fato ainda ignorado pelas nossas instituições de ensino do Design que passam batido nesta disciplina (Língua Estrangeira) o que demonstra nossa formação incompleta e incoerente com a prática globalizada natural de qualquer ramo do conhecimento contemporâneo, já que a maioria das publicações, melhores e diversas, são internacionais.

Portanto, caros colegas, desculpem o meu olhar, mas se eu estiver enganado, ou exaltado, gostaria de pedir a contribuição de vocês. Se, pelo menos 70% do que eu disse, estiver coerente com a nossa realidade e atualidade, concluo que o Design, tomando por base sua maioria, estudantes, profissionais e instituições de ensino, ficou aquém, à parte, FORA desta oportunidade, senão política econômica, de se estabelecer cada vez mais na nossa sociedade paraense, seja trabalhando, seja reivindicando. Mas uma vez se alguém tiver algum contra-ponto quanto ao que registre aqui, por favor manifeste-se e divida conosco suas informações.

Até a próxima em que eu continuarei falando sobre o Fórum Social Mundial e o que isso serve para nós. Falow!


4 comentários:

  1. É fato que existem muito mais pessoas que vão a um evento desses por status ou turismo barato, que as intenções de ficarbêbado-conhecer"intimamente"outrasculturas-e-baderna sobrepõe qualquer debate inteligente e que de fato vá mudar o mundo. Penso que se mudasse o nome para FSS - "Fórum Social Sociável" aí sim se aplicaria: pessoas do mundo todo trocando experiências, idéias, conceitos, fluidos.
    Não quero dizer que não hajam debates interessantes, até porque não fui de perto para acompanhar. Sei que os mestres, doutores, PHDs que visitam a cidade levam muito em conhecimento e experiências para suas teses e estudos, mas que de fato são coisas insipientes para o bafafá que gira em torno do Fórum.
    Gostei de Belém ter a oportunidade de sedia-lo, mas que se levem lições de estutura, geração de conhecimento...enfim...

    ResponderExcluir
  2. o F.S.M só deu em intercâmbio... sexual...e de drogas... ... ...tudo bem ..deu pra tirar um certo proveito,mas que teve besteira,aaa isso teve..(oaieuoeiauoi)... falow "J".. ... ah!!(mudando de assunto): teu blog é bem bacana... só o nome que... parece ser aqueles sugeridos pelo site (oaieuaoei)brincadeira/.

    ResponderExcluir
  3. Pelo que eu vi você passou realmente longe do FSM. Quando se coloca que é um Fórum Mundial, claro que serão abordadas e discutidas questões referentes ao social. Não se está propondo resolver nada e até porque não tem como se resolver os problemas do mundo em menos de uma semana. E então qual é o lance? Simples, quem participa, organiza, divulga e o público-alvo em sua maioria do Fórum são as ONG´s. Elas vão lá pra conversar, interagir, trocar idéias. Tal qual um NDesign da vida, onde vão estudantes de todo o Brasil, a maioria pra fazer turismo e uns poucos pra tirar realmente proveito disso. Claro que vai muita gente pra oba oba e fazer festa, é normal num local onde existem 15 mil jovens de tudo quanto é lugar do mundo. Em Davos é a mesma coisa, não se resolve nada, só se discute, mas quem está lá celebra com putas caras e champagne e este ano não deu pra fazer muito isso. Eu fui e participei como designer de discussões que não interessavam ao design propriamente, mas se colocar fora de toda a discussão é até ingênuo. O Fórum foi bastante positivo pra cidade e pros que vieram, tanto é que querem fazer de novo!

    ResponderExcluir
  4. Enquanto isso, ninguém quer mais em Porto Alegre. Por que será?

    ResponderExcluir