domingo, 18 de janeiro de 2009

Designers não são taxistas

Olá a todos! Vamos para a última negação apresentada por Phillips, esta por sinal é a mais interessante para mim, mas vamos logo:

"Durante anos viajei muito pelo mundo. Quando chego a um aeroporto, costumo encontrar uma fila de táxis disponíveis para me levar ao hotel. Tudo o que tenho que fazer é escolher um deles, informar meu destino e pagar a conta ao final da corrida. Seria uma solução direta e sem compromissos.

[...] Fiz essa analogia para dizer que muitos designers estão satisfeitos em agir como taxistas. 'Diga-me exatamente para onde você quer ir, pague-me e eu o deixarei no seu destino'. Eles apenas atendem a uma encomenda pontual. Gostaria que os designers atuassem de outra forma. Preferiria que eles se comportassem como consultores em transporte. Ou seja, o processo de elaboração do Briefing de Design deveria ser feito de forma interativa com os dirigentes da empresa. Isso pode fazer uma grande diferença."

Phillips "matou a pau" neste excerto. Não me agarrando fielmente ao que ele diz, sabendo da realidade belenense e até paraense, eu optei por amostrar este ângulo da coisa, pois, sinceramente, será que em algumas vezes, senão muitas, nós (designers) decidimos ou nos omitimos em ir mais além? Em aceitar desafios implícitos no desconhecimento do cliente, ou melhor, parceiro (como propõe Phillips)?

Também é verdade que nós não podemos sair por aí nos auto-afirmando consultores em Design, mesmo fazendo 80% do que é feito em uma consultoria. O auto-aperfeiçoamento é fundamental; creio que nos cursos de graduação seria muito interessante a apresentação da carreira de consultor, não só em Design, como finanças, marketing, etc, suas metodologias, preços, materiais dentre outras informações bem relevantes para área. A visão do estudante, do egresso e principalmente do profissional deve ser focada na atuação em forma de consultoria: uma relação mais duradoura, profunda, abrangente e acima de tudo, eficiente e eficaz com o cliente.

Ressalto também de não ser desvirtuado nunca de um projeto em Design o fator Lucro. Fator colocado, geralmente, como diretriz em um projeto de consultoria e, às vezes, não prioritário nos projetos de Design, já que a beleza, elegância e a inovação assumem essa prioridade. O lucro, no mundo dos negócios, no mundo em que nós queremos nos estabelecer, é traduzido por números, gráficos e dados que comprovem a sua existência.

O lucro é certamente o objetivo de um designer que presta um serviço; lucro tanto para ele, e empresa, quanto para o seu cliente/parceiro. Contudo, muitas das formas de atuação dos designers não contemplam a medição dos ganhos da Organização. A estatística aparece como pré-requisito indispensável para qualquer profissional que lide com serviços que envolvam variáveis como inovação e criatividade, requisitos que podem ser justificáveis não somente pelas tendências e exigências de mercado, achismos embasados no gosto dos donos, dos filhos ou de alguns clientes; podem, também, ser justificáveis pelos retornos financeiros, profissionais e comerciais que tais decisões projetuais irão conferir ao produto e à empresa. Além da estatística, é muito importante o designer acrescentar ao seu perfil profissional uma visão holística não só no processo de concepção e produção dos produtos desenvolvidos, mas principalmente da empresa e de suas relações comerciais, identificando assim ótimas possibilidades de entender o parceiro e de gerar novas soluções em Design para a Organização.

Então pessoal, é isso aí. Aqui nós encerramos (no que depende de mim) o assunto Briefing. É lógico que ele sempre será abordado e citado em outras oportunidades, já que sua presença deve ser inerente ao processo de Design, seja ele qual for e para quem for, funcionando como um otimizador do nosso trabalho, assim como a materialização, inicial, antes da entrega do Projeto final, do profissionalismo do designer, e/ou da equipe, demonstrando o respeito conferido ao cliente/parceiro, à empresa e ao Projeto.


Até a próxima. Falow!



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