domingo, 4 de janeiro de 2009

Arte versus Design


Olá a todos. Estou de volta trazendo este post, como eu havia prometido anteriormente, focando nas três negações que a elaboração e aplicação do Briefing, segundo o designer Peter Phillips (autor do livro: Briefing – A gestão do projeto de design), afirma em seu livro:


  1. Design não é arte

  2. Designers não são decoradores

  3. Designers não são taxistas


Eu iria abordar essa três negativas em um único post, no entanto, percebi o quão longo iria ficar e decidi abordar cada um de uma vez, começando por esta, interessante e famosa, negação: “Design não é Arte”. Abaixo está transcrito um tópico do livro de Phillips o qual peguei emprestado o nome para intitular este post. Deem uma olhada aí:

Aprendi, há muitos anos, a evitar a palavra 'arte' no mundo dos negócios. Em muitas empresas que trabalhei encontrei unidades chamadas de Departamento de Arte, Diretoria de Arte e assim por diante. Eu imediatamente tomava a providência de mudar os nomes para Departamento de Design ou Diretoria de Design, substituindo a palavra arte por design.

Para muita gente, artista é uma pessoa preocupada apenas com a auto-expressão, sem maior comprometimento com o público-alvo. Por exemplo, um artista plástico, pintando uma paisagem, tentará retratar aquilo que está vendo. Ele usurá tintas, cores e formas que melhor expressem aquela paisagem. Ele não estará preocupado em agradar ninguém em particular. Posteriormente, se alguém gostar do quadro, poderá comprá-lo. Mas isso é uma coisa que acontece mais ou menos ao acaso.

Se não me engano, foi o grande designer Paul Rand que disse: 'design é uma disciplina que soluciona problemas'. Se definirmos design dessa forma, o ponto de partida para qualquer trabalho de design deveria ser justamente o perfeito conhecimento do problema a ser solucionado. Sem essa clara definição do objetivo, corre-se o risco de se andar em círculos, sem avanços significativos na direção desejada.

Muitas vezes, os dirigentes de empresas confundem design com arte ou serviços decorativos. Os designers são chamados quando o projeto já estiver definido, apenas para dar um toque final, a fim de 'embelezar' o produto. Designers que se prestam a esse tipo de serviços decorativos não são considerados estratégicos, mas apenas habilidosos desenhistas. Eu tenho feito um grande esforço para mudar essa imagem do designer ligado a artes, pois creio que esse não deva ser o principal foco do trabalho dos designers.

Bem, sem entrar no mérito da discussão se Design é ou não um tipo de arte (assunto abordado de forma bem interessante no livro Conceitos-chave em design, de Luiz Antonio L. Coelho), eu enxergo neste trecho um verdeiro alerta de Phillips a nós designers, paraenses principalmente, de forma que o autor, atuando em uma nação (EUA) amplamente conhecedora da profissão, desenvolvida economicamente (pelo menos era antes da crise! Kakaka) e, acima de tudo, com demanda para serviços em Design, esclarece que se não optarmos em assumir uma postura profissional, comercial e coerente com a visão das organizações, seremos sempre vistos como opcionais, caríssimos, glamourizados, enfim, arquétipos desnecessários a quem precisa e sabe como melhorar o mercado, oferecendo soluções corporativas e comerciais que venham a dar destaque e maior qualidade a produtos e serviços, desde um simples vendedor de lanche completo até uma indústria inteira de material de construção por exemplo.

Por isso, ratifico o post passado dizendo: elaborar e aplicar o Briefing é uma postura que contribui para a criação de um método, até mesmo uma ética profissional, com isso caminha-se para uma noção maior de preço, de serviços agregados ao design, de profissionais necessários para o desenvolvimento de um projeto, e por aí vai... Tudo isso pode, então, ser encarado como excelentes ingredientes mercadológicos e profissionais, que resultam, sem dúvida, num gigantesco passo para a criação de uma unidade profissional, de classe, e assim, quem sabe, servir de estopim para o início de trabalhos mais sérios empenhados na formação de associações, sindicatos, conselhos que, por sua vez, utopicamente (ainda), estabeleceriam a tão necessária e polêmica regulamentação da profissão, que lançaria luz na atuação de micreiros, designers de sobrancelhas, cake, hair e naildesigners dentre outros atuais “colegas de profissão” e, fundamentalmente, nós, eternos guerreiros do Design. Tá! Eu sei. É muito, mais não é, e não pode ser, impossível. Tem de começar! E vai... um dia vai.

Então, parafraseando o grande Gaguinho do Loney Tunes: “Po-po-por hoje é-é-é só-só pe-pe-pessoal!”. E no próximo post irei continuar com as negações que Phillips apresenta e que, com certeza, são essenciais para nós refletirmos, acreditarmos e agirmos em nosso dia-a-dia como profissionais ou estudantes. A próxima negação é: “Designers não são decoradores”.


Até mais pessoal. Abraços.

2 comentários:

  1. vendedores de completos...
    O bené que o diga...
    estatísticas divulgadas por um jornal de grande repercussão na Cidade Nova apontam o "Lanche do Bené" como o melhor completo da cidade...
    o segredo?
    somentes algumas pitadas de design...
    abraço naraga!

    ResponderExcluir
  2. vendedores de completos...
    O bené que o diga...
    estatísticas divulgadas por um jornal de grande repercussão na Cidade Nova apontam o "Lanche do Bené" como o melhor completo da cidade...
    o segredo?
    somentes algumas pitadas de design...
    abraço naraga!

    ResponderExcluir