sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O Briefing!



Bem, depois de toda a cerimônia "vamu trabalhar né?!"
Acima vocês podem ver a capa do livro "Briefing: a gestão do Projeto de Design" de Peter Phillips, editora Edgard Blüncher, 2008. Égua do livro esclarecedor e motivador para estudantes, egressos e profissionais de Design, especificamente daqui de Belém.
Eu escolhi este tema, o Briefing, não só para aproveitar o ensejo de comentar sobre esta publicação, mas para perguntar: Quem aí já ouviu falar de Briefing? Quem já fez um ? Agora, quem sabe definir o que é Briefing? Provavelmente, muitos dos que levantaram a mão nas duas primeiras perguntas desviaram o olhar disfarçando nesta última pergunta. Eu sei, pois já fiz essa mesma sequencia (já de acordo com a reforma ortográfica, eh eh eh) de perguntas em sala de aula e aconteceu isso mesmo.
Este assunto é bem interessante, ainda mais depois de ler as valiosas informações repassadas pelo autor da obra mostrada ao topo. Talvez muitos colegas (professores, estudantes e profissionais) até imaginem a importância do Briefing, todavia, não têm noção da sua real importância para a consolidação da classe de designers em qualquer lugar do mundo!
Vou explicar:
O autor não dá de mão beijada o conceito direto de Briefing; é como se ele quisesse explicá-lo o que é mostrando para que serve, como se faz e como ele funciona; talvez seja uma didática ou simplesmente uma opção, já que o Phillips não engessa o conteúdo do seu em nenhuma fórmula pronta, até porque isso é meio difícil em se tratando de Design né? Que o diga as tão famosas, estudadas e muitas vezes não usadas metodologias projetuais.
Entretanto, para poder abordar o assunto em sala de aula, eu precisei condensar o livro, ou melhor, o Briefing em um conceito que melhor repassasse o seu significado e retirando um trecho, e fazendo algumas inserções, podemos dizer, e considerar, que Briefing é: "um documento elaborado, de forma colaborativa, pelo solicitante (cliente final ou um departamento da empresa) e o Grupo de Design, contendo informações específicas e estratégicas do Projeto."
Tá! Muito bom, e daí (você pode está perguntando)? E eu vou responder, calma.
Só o fato de considerar o Briefing um documento da empresa e de condicionar sua elaboração na presença do solicitante, o autor apresenta e exemplifica a importância do Briefing não só para o desenvolvimento de projetos, mas sim para o relacionamento comercial e profissional de nós designers. Mas esperemos só um pouco. Vamos continuar que a coisa vai melhorar pode ter certeza!
Dentre as principais informações contidas num Briefing, a sugestão do autor para aquelas impreteríveis são: A Natureza do Projeto (se é gráfico, produto, jóias, móveis,etc), Formas de executá-lo (usando fotografia, maquete eletrônica, ilustrações, pesquisas, etc), Prazos (todas as etapas e seus respectivos prazos de execução) e por fim os recursos disponíveis (profissionais necessários, tecnologia necessária e principalmente, quanto irá custar tudo isso). Além dessas informações o autor também coloca a importância da definição do público-alvo, análise setorial, dentre outras. Mas o importante aqui, por incrível que pareça não são todas essas informações. Vocês conseguem enxergar o mesmo que eu? Conseguem perceber uma luz no fim do túnel? Não! Nem imaginam o que esse cidadão oferece com a sua belíssima obra? Pois bem eu digo: Método.
Sim, eu sei, eu sei que o Baxter, O Löbach, Manzini, a Ideo e muitos outros já fizeram isso, já propuseram diversas metodologias e a que o Phillips propõe, se enxergada sob o ponto de vista de um observdor desatento e fora do mercado, é mais uma sucessão de passos propostas por profissioanais gringos que vivem anos-luz da nossa realidade brasileira e, principalmente, paraense. Contudo, como eu disse, não pode ser este o ponto de vista. Ao longo da obra, Phillips, propõe muito mais que uma simples metodologia, é algo que transcede isso. É um método, uma forma, um jeito, uma postura que nós designers podemos, e ao meu ver, devemos seguir: Não ser um artista. O mercado não quer simples artistas descompromissados com resultados. Nem ele, nem o cliente, o usuário, o planeta!
Reeiterando o conceito de Briefing, eu quero destacar aqui a real importância de nós designers nos submetermos às leis de mercado, não em nosso processo criativo, nem no desenvolvimento dos projetos apenas, me refiro na relação que temos com os nossos clientes (parceiros segundo o autor). Profissionalizar não somente os fins mas essencialmente os meios, afastar o julgamento errôneo, de muitos desses clientes, de crer que aquilo que geramos é condicionado a insights, insparação, talento, etc. É isso que entorpece nossa profissão e consequentemente nossa "classe", que se eleva ao maravilhoso e esquece das tribulações e obrigações do mundo real.
Desenvolvendo e aplicando o Briefing a cada novo projeto não só se otimiza o desenvolvimento do trabalho, como profissionaliza-se conferindo maior credibilidade. à profissão e ao profissional. É um forma honesta e séria de encarar a necessidade do cliente como algo importante, já que diversas análises serão realizadas de forma a entendê-la cada vez melhor, porém não é a única coisa importante, já que ao se estipular uma metodologia e um cronograma o cliente poderá acompanhar cada passo do projeto, evitando o "pra ontem" e deixando-o consciente que a solução gerada não é fruto de achismos e simples bom gosto, e sim resultado de um trabalho árduo de pesquisa, análise, talento e criatividade.
Então, vou ficando por aqui. Mas ainda tem mais sobre o Briefing, no próximo post vou discorrer sobre três negações que este documento permite demonstrar:

1. Design não é arte
2. Designers não são decoradores
3. Designers não são taxistas

Até a próxima. Reflita sobre o tema. Mas não guarde só para você! Comente aqui!

Abraços.




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